Para muitos pais, o nome do bebê é sempre um desafio. Quase sempre há uma lista com todas as possibilidades e as tendências nominais da época, que exercem uma influência incontrolável sobre os pais.

Por mais que se resista, alguns nomes acabam dominando os registros de nascimento nos cartórios por alguns períodos. Daí nos deparamos com uma coleção de Mateus, Maria ou Enzo numa mesma sala de aula.

Certo é que muitas pessoas com nomes iguais nunca é um problema jurídico. Não há Juliana processando Juliana por uso indevido de nome. Pessoas não são negócios e marcas. Também nunca será um problema conceitual ou de promessa: nomes de pessoas não são conexões para suas personalidades. A lógica e as exigências de dar nomes às pessoas é muito distinta de dar nomes às marcas.

Na dupla relação entre imagem e texto, o nome de uma marca reside no texto, na palavra. Por isso, a palavra que define a empresa ou produto,, e constrói a conexão com o complexo ser denominado marca, é o ponto de definição existencial desta. Por quê? Se mudarmos o desenho do logotipo ou a imagem que o compõe, a palavra ainda será o elemento de conexão. Veja marcas como Coca-Cola ou Apple. Se alterarmos o logotipo (a fonte) que escreve Coca-Cola, por mais que estranhemos, ainda o nome lá permanecerá, saberemos que se trata da Coca-Cola. Se mudarem o ícone da Apple por uma abacaxi, a palavra Apple ainda indica uma maçã (e não um abacaxi); neste caso, vamos ter um estranhamento absurdo com o abacaxi e questionaremos se não foi um erro.

O nome é entrada para o mundo que ele representa. E o processo para chegar a ele precisa ser baseado nas seguintes essenciais premissas:

Nome se desdobra em narrativas 

O nome da marca, quando escolhido, é um embrião de significados. Quando desenvolvemos o nome para Dona Vitamina, apostamos em desdobramentos que ela comportava. Primeiro, a palavra feminina Dona, que indica o poder de uma mulher; em seguida, a justaposição de Vitamina, que traduz algo funcionou: um tipo de suco e saúde. Com isso, é possível construir um ponto de partida: uma mulher, empoderado, que se alimenta de forma saudável! Essa Dona pode ser qualquer mulher, de qualquer época, de qualquer idade. O que realmente importa é sua autoridade no assunto e a estranheza por se justapor, de forma descontraída, duas palavras de campos semânticos distintos. O humor se completou com o símbolo que representa a Dona Vitamina: uma mulher da época vitoriana, que se permite ficar estrábica ao se deliciar com uma… vitamina!

O nome de uma marca deve apontar um universo que irá se abrir em inúmeras possibilidades narrativas que, combinadas, construirão uma marca com personalidade e voz própria. Tem muito a dizer de uma jeito único!

O nome deve ser protegido legalmente

Batizada a marca, a questão que surge é muito complexa: o registro de marca é viável? Haverá impeditivo para seu uso? Não basta dar nome, é preciso viabilizá-lo. Muitos nomes de empresas surgem (a cada segundo?) A possibilidade de seus marca utilizar um nome existente é muito maior hoje do que há duas décadas. Iniciar um negócio com novo nome sem essa premissa é como pular de paraquedas sem verificar se há algo na mochila. 

Imagine uma marca consolidada e de sucesso (financeiro, principalmente) sem registro adequado de marca. Agora imagine-a sendo impedida de utilizar seu nome e, além de tudo, obrigada a pagar multas altíssimas.

O nome de uma marca não é tarefa para matemáticos

Matemática é uma ciência fundamental para a vida, porém, não é uma ciência lúdica. Também é pouco afeita à metáfora. Nomes de marca devem nos trazer poesia! Não no sentido emotivo apenas, mas no sentido do inusitado, da composição de de imagens, da potência para criar conexões de sentidos. O cotidiano é permeado por nomes que representam o que são: rua, prédio, carro, pão, torneira, árvore, ovelha e tantos outros. Tudo muito literal! Como se tudo ao nosso redor fosse legenda. Algum estranhamento é necessário para nos despertar… e inspirar.

Essas são apenas algumas das premissas para o processo de criação de nomes de marcas

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Nomes que nos encantam

Dona Vitamina original: senhora vitoriana estrábica diante de uma deliciosa vitamina! A marca expande para outras donas vitaminas: meninas e mulheres de muitos jeitos.

U!mano, desenvolvido para a rede IBIS, é o nome para o bar da rede de hotéis em São Paulo. É o bar da cultura paulistana em sua essência. O nome tem uma interjeição (U!) e uma gíria (mano) muito popular… e paulistana.